
«O fenómeno das alterações climáticas poderá tornar-se, nos próximos anos, a principal causa de deslocação de refugiados no mundo, ultrapassando mesmo os conflitos armados, as perseguições e os atropelos aos direitos humanos» , afirmou a presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR), Teresa Tito de Morais.
Em declarações à agência Lusa após a conferência Refugiados ambientais: a dimensão humana das alterações climáticas, que hoje decorreu em Lisboa, no âmbito da segunda edição de ‘Os Dias do Desenvolvimento’, Teresa Tito de Morais salientou a necessidade de se serem desenvolvidos «maiores esforços globais para ajudar os países mais pobres a adaptarem-se às consequências do fenómeno climático».

Um número que, quando dividido por ano, salientou, significa «algo como seis milhões de pessoas em movimento».
«É uma situação extremamente preocupante. Os efeitos climáticos fazem-se sentir de forma cada vez mais célere, pelo que urge que a comunidade internacional tome medidas rápidas» , frisou Teresa Tito de Morais, lembrando que o número de deslocados internos (dentro dos próprios países) devido ao clima também já aumentou.
É também fundamental que organismos como o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), liderado pelo antigo primeiro-ministro português António Guterres, estudem esta nova realidade e «encontrem soluções de prevenção para evitar o agravamento desta situação», defendeu.

No encontro, organizado pelo CPR, participaram Adérito Vicente Serrão, presidente do Instituto de Meteorologia, e Henrique Vicêncio, chefe do Núcleo de Gestão de Ordenamento Territorial da Autoridade Nacional de Protecção Civil, entre outros.
Tal como em 2008, Os Dias do Desenvolvimento, que terminam quarta-feira, são promovidos pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros em colaboração com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), a que se associa este ano o Ministério do Ambiente, dada a temática do evento.
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