Rubén Noé (na foto), um jovem de 25 anos que já foi mulher, está grávido de três meses e espera gémeos. O parto está previsto para Setembro e a gestação só é possível porque, apesar da operação de mudança de sexo, Rúben manteve os órgãos reprodutivos femininos.
O jovem diz ter sofrido pressões familiares ao tomar a decisão de engravidar. Razão pela qual trocou Málaga, onde vivia, pela pequena cidade de Berga com 15 habitantes, no nordeste espanhol.
Em declarações à comunicação social espanhola, revelou que decidiu divulgar a gravidez para "ajudar a acabar com os tabus", considerando que "o mundo está a mudar e cada vez vão aparecer mais casos de transsexuais grávidos".
Primeiro grávido europeu
Este é o primeiro caso na Europa, em quase tudo semelhante ao do mediático americano Thomas Beatie, transsexual que em 2008 deu à luz a uma menina e que está novamente grávido.
Tal como Thomas Beatie, Noé também conseguiu engravidar por inseminação artificial. Os dois têm relações com mulheres mais velhas que já tinham filhos de relações anteriores.
Ruben Noé quer, igualmente, registar os filhos em nome do casal, sendo ele o pai. Por isso, assim que os gémeos nascerem, vai voltar a fazer o tratamento hormonal que lhe assegura os traços masculinos e que foi interrompido para a gestação.
Noé diz que o desejo de ser pai é antigo e que este sonho se deve, provavelmente, ao facto de ter sido criado num orfanato.
Gravidez rentabilizada
Entretanto, o espanhol aproveita para rentabilizar a gravidez, estando a negociar com dois canais de televisão o preço de uma entrevista. "A 'bomba' é minha. Se não for eu a aproveitar, outros vão ganhar dinheiro com a minha vida".
Rubén frisa que está preocupado com a saúde dos bebés, tendo já sido advertido pelos médicos de que a gravidez é de alto risco, pelo facto de ser epiléptico. Eventuais convulsões durante a gestação poderão provocar um parto prematuro.