Os portugueses são quem mais acede ao dicionário de língua gestual «Spread the Sign», afirma Orquídea Coelho, coordenadora da versão nacional dessa ferramenta de tradução que disponibiliza na Internet vocabulário em nove línguas.
«Os portugueses asseguram 45 por cento das entradas no site e também as que têm maior duração», declara a docente e investigadora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, em vérsperas do Dia Nacional de Educação de Surdos, que se assinala quinta-feira.
«Enquanto nos Estados Unidos as pessoas só entram no Spread por alguns segundos, os portugueses ficam uma média de cinco a sete minutos, e, às vezes, muito mais».
«Isso acontece, provavelmente, porque até aqui não havia nada em Portugal para os surdos», conclui Orquídea Coelho. «Nos outros países não há tanta procura do site porque sempre houve mais sensibilidade para a questão da surdez e as pessoas sempre foram tendo outros recursos».
Para a coordenadora nacional do projecto «Spread the Sign», há um exemplo que «ilustra bem» a situação: «Não existem dados estatísticos rigorosos sobre os surdos em Portugal».
Os números «retirados de amostragens» apontam para 15 mil surdos profundos - os que mais utilizam a língua gestual - e para 150 mil pessoas afectadas por surdez, em diversos graus de intensidade.
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