A RTP registou no ano passado prejuízos de 46,9 milhões de euros, um agravamento de mais de 10 milhões face a 2007 que é justificado com os resultados financeiros da empresa, anunciou hoje a administração.
Em 2008, a Rádio e Televisão de Portugal - que engloba a televisão e a rádio públicas - apresentou resultados financeiros negativos de 60,8 milhões de euros (em 2007 tinha 49,5 milhões).
Segundo o presidente da estação, o agravamento «significativo» dos resultados financeiros teve duas causas.
Por um lado deveu-se «à subida das taxas de juro» que foi, no entanto, compensada, como previsto no acordo de reestruturação financeira de 2003.
A razão que pesou de facto no aumento do prejuízo foi, por isso, «a existência de capitais próprios negativos», explicou Guilherme Costa.
«Não há hipótese de a empresa ter resultado líquido positivo com a dimensão de capitais próprios negativos que tem», admitiu.
Embora tenha sublinhado que a evolução dos capitais próprios da RTP teve uma evolução desde 2003 que deixa a administração «contente», o presidente da RTP considera tratar-se de «uma situação desconfortável».
Em 2008, a RTP registou capitais próprios negativos de 696,6 milhões de euros, melhorando em 26 milhões face ao que apresentava no ano anterior.
Em termos operacionais, no entanto, o grupo RTP obteve uma melhoria dos seus resultados, alcançando os 8,8 milhões de euros em 2008.
No ano anterior, a RTP tinha apresentado lucro operacional de 6,9 milhões de euros.
Este crescimento foi conseguido graças uma descida de 18,4 milhões de euros (5 por cento) nos custos operacionais, que passaram para os 289,5 milhões de euros.
Esta redução foi conseguida sobretudo com a redução dos gastos com a programação (menos 7,4 milhões de euros), apesar de se ter verificado também uma diminuição de 12,8 milhões de euros nos impostos que não teve relevância real já que implicou uma diminição idêntica nas receitas provenientes da indemnização compensatória.
A descida dos custos conseguiu, no entanto, sobrepor-se à queda das receitas operacionais que diminuiram 16,5 milhões de euros (5,2 por cento) face a 2007, passando para 298,4 milhões de euros.
A descida foi provocada pela redução (os 12,8 milhões de euros) dos fundos públicos e pela diminuição das receitas comerciais (nomeadamente da publicidade) em 3,7 milhões de euros (4,9 por cento).
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