«Só se conhecia uma espécie de escaravelho cavernícola do maciço calcário estremenho [característico da Serra d´Aire e Candeeiros] e passamos a conhecer três», afirmou à agência Lusa a bióloga e espeleóloga da Universidade de Aveiro, Sofia Reboleira.

«Só existem numa parte daquelas grutas e em mais lado nenhum do mundo», frisou.
Sofia Reboleira explicou tratar-se de «espécies em vias de extinção«, uma vez que pelo facto de estarem confinadas a um único habitat têm uma «população extraordinariamente reduzida« e são muito «sensíveis à poluição e às alterações do habitat».
Por outro lado, «não sobrevivem» à superfície e «apenas se reproduzem no interior das grutas», fazendo depender dessa condição de isolamento e privação da luz algumas das suas características, como o aspecto despigmentado ou os olhos reduzidos, a que a própria evolução da espécie os conduziu.

As duas novas espécies do escaravelho do maciço calcário estremenho vão ser pela primeira vez divulgadas à comunidade científica mundial, num artigo que irá ser publicado em Maio numa revista alemã da especialidade.
A descoberta remonta ao ano de 2007, altura em que a revista National Geographic publicou um artigo sobre o trabalho de campo desenvolvido pela bióloga no âmbito da tese de mestrado (no Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro), que veio a apresentar em Dezembro do mesmo ano, sob a orientação científica dos docentes Fernando Gonçalves, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, e Artur Serrano, da Faculdade de Ciências de Lisboa.
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