Muitas espécies de animais poderão extinguir-se em poucas décadas devido às mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global e, no Brasil, além dos corais, correm risco baleias e tartarugas, alerta a organização ambientalista World Wildlife Fund (WWF).
No relatório Mudanças Climáticas e Espécies, a WWF aponta que cerca de 80 por cento das espécies de corais do mundo, inclusive do Brasil, podem desaparecer em décadas.
No Brasil, as espécies ameaçadas indicadas pelo estudo incluem as baleias jubarte (foto à esquerda) e minke, a tartaruga de pente e albatrozes.
No entanto, o alerta é mundial, pois o tigre-de-bengala (foto abaixo à direita), rato-canguru musky, pinguins imperadores e pinguins adelie, orangotangos, elefantes africanos, ursos polares, são espécies que estão sob forte ameaça de extinção.
A superintendente Organizacional da ong WWF no Brasil, Regina Cavini, apela para a urgência da assinatura de um acordo global «eficiente e justo» em que os países que fazem parte da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas se comprometam a reduzir «drasticamente» as emissões mundiais de gases de efeito estufa.
«Ainda dá tempo, mas é preciso agir logo. Essa é uma urgência mundial», disse à Lusa ao referir a necessidade de entrar em vigor um novo acordo que suceda o Protocolo de Quioto, em 2012.
O ano de 2009, comenta Cavini, é «crucial para o futuro do planeta», pois os países precisam assinar um acordo internacional para manter o aquecimento global abaixo dos dois graus centígrados.
A especialista em políticas para o desenvolvimento sustentável explica que isso ocorre porque o aquecimento global afectará a acidez e a temperatura dos oceanos e aumentara o nível das águas com o derretimento dos gelos polares.
«Muitos locais onde Albatrozes e tartarugas fazem seus ninhos desaparecerão e essas espécies se reproduzem sempre no mesmo lugar».
No caso dos corais brasileiros, os mais afectados poderão ser os que ficam na região sul do país, onde as águas são mais geladas devido ao risco de aquecimento das águas dos oceanos e a acidez.
Cavini realça que as mudanças devem ser realizadas não apenas no âmbito dos governos, mas também dos indivíduos na maneira de usufruir dos recursos naturais. «Cada atitude, cada gesto, faz a diferença», destaca.
O relatório foi lançado há poucos dias da Hora do Planeta, um acto promovido mundialmente pela Rede WWF para mobilizar pessoas, governos e empresas pela luta contra o aquecimento global.
No dia 28 de Março, mais de 1.600 cidades de 80 países vão apagar as luzes de ícones como a Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, a Torre Eiffel, em Paris, a Ópera de Sidney, em Sidney e o Coliseu, em Roma. No Brasil, 22 cidades já aderiram ao apagão.
«A mensagem que queremos passar é: o fim do desmatamento é urgente», aponta Cavini ao destacar que o Brasil é o quarto no ranking entre os países que mais emitem gases de efeito estufa.
«O apagar das luzes é apenas um acto simbólico adoptado por todos os países engajados na Hora do Planeta para realçar a necessidade de um acordo global de clima».
A expectativa da organização é de que mil milhões de pessoas desliguem suas luzes entre às 20:30 e 21:30. Portugal também já se comprometeu. A cidade de Lisboa aderiu oficialmente ao evento e os monumentos a serem apagados nesse dia são o Cristo-Rei, Ponte 25 de Abril, Palácio de Belém, Mosteiro dos Jerónimos, Torre de Belém, Padrão das Descobertas, Castelo de São Jorge, Paços do Concelho, CCB e Museu da Electricidade.
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