Uma equipa de investigadores da Universidade Técnica Swinburne , em Hawthorn (Melbourne), Austrália, está a desenvolver uma nova tecnologia que vai tornar possível gravar num disco em tudo semelhante a um DVD quase meio milhão de músicas ou mais de 2 mil filmes.
Qualquer informação gravada num DVD actual precisa apenas de duas dimensões para ser localizada pelo sistema informático (x e y), mas no "super DVD" em que está a trabalhar a equipa do professor Min Gu , um perito em optoelectrónica, são acrescentadas três novas dimensões: a cor da luz usada para escrever e ler os dados, a sua polarização e ainda uma dimensão espacial na medida em que a informação pode ficar gravada em várias camadas. Mais precisamente dez, contra as actuais duas de um disco Blu-ray.
"Imaginemos as janelas da fachada de um edifício. Cada uma pode estar pintada com uma determinada cor e ter um triângulo colado no vidro, nuns casos com o vértice para baixo e noutros para cima". Foi nestes termos que José Viana Gomes, do Departamento de Física da Universidade do Minho, explicou ao Expresso a cor e a polarização da luz.
"A novidade - acrescenta o investigador - reside no facto dessas janelas poderem também estar em qualquer outro piso do edifício".
Recorrendo a dois lasers (os actuais DVD utilizam apenas um de cor vermelha) e espalhando sobre cada camada do disco nanopartículas (pequenos bastões de ouro só visíveis com um microscópio electrónico), foi possível gravar, numa dada posição, um volume muito superior de dados.
Durante o processo de gravação o laser funde essas partículas. Esse processo altera a forma como a luz, com uma determinada cor ou polarização, interage com elas, o que acaba por permitir que os dados possam ser lidos posteriormente. Segundo os investigadores, foi possível gravar seis bits recorrendo a lasers com três cores diferentes e duas polarizações, no mesmo espaço físico.
Quando, lá para 2015-2020, este "super DVD", que terá capacidade para alojar 1.6 terabytes (1.677.721 megabytes), chegar ao mercado haverá certamente quem se queixe da coqueluche do momento: o Blu-ray com os seus 50 gigabytes de capacidade (51.200 megabytes).
Até que possa ser comercializado, a Samsung, que já firmou um acordo com os investigadores, terá de resolver alguns problemas como, por exemplo, a baixa velocidade de leitura do disco, já que a informação fica armazenada de forma muito densa e a construção de leitores/gravadores equipados com lasers de diferentes cores e polarizações a preço acessível. Basta olhar para o passado para ver que tudo isso há-de ser ultrapassado.
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