O acordo anunciado sexta-feira à noite na cimeira mundial sobre o clima, em Copenhaga mas que ainda está por aprovar em plenário é «uma falsa partida» e pode não ter o apoio de todos os líderes mundiais, considerou hoje a Quercus.
Numa nota enviada a Agência Lusa, a organização ambientalista Quercus considera que o acordo anunciado por alguns líderes políticos, antes de este ser aprovado em plenário pelas 192 países que participam nas negociações, é «uma falsa partida e não é claro que tenha o apoio de todos os líderes mundiais».
Apesar «do que os líderes políticos estão a dizer neste momento», a organização portuguesa salienta que «este desenvolvimento não torna o trabalho quase feito», considerando que o acordo está «longe de ser justo e vinculativo» e tem «muitas lacunas».
«Os líderes falharam em conseguir um verdadeiro acordo como prometido. Ignoraram a ciência e guiaram-se por interesses nacionais. Estamos perante um atraso com muitos custos, que podem ser medidos em vidas humanas e em dinheiro perdido», critica.
No entender da Quercus, o financiamento acordado representa «menos que os subsídios dos países às indústrias de combustíveis fósseis», enquanto que os objectivos para reduzir a poluição «mantêm-nos no caminho que a ciência diz levar a um aumento catastrófico de temperatura».
Segundo a Quercus, os «líderes mundiais precisam de repensar este acordo», já que «tal como está, irá desmoronar-se assim que analisado com mais atenção».
A organização ambientalista salienta ainda a necessidade de os responsáveis políticos se reunirem «novamente antes de Junho para resolverem os assuntos que ficaram pendentes agora».
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