A banalização da gripe A e a não concretização dos piores cenários relacionados com a doença estão a levar a população portuguesa a «baixar a guarda» e a «um afrouxamento das medidas necessárias face a uma pandemia», diz o director da Escola Nacional de Saúde Pública.
«O que nós observámos foi diferentes níveis de alertas nos últimos meses, que foram desembocar na grande discussão sobre vacinas, que em termos sociais ainda é inconclusiva», disse Constantino Sakellarides (na foto) à agência Lusa.
Depois disso, assistiu-se a «uma espécie de abrandamento». «Estamos numa fase em que a questão da gripe foi bastante banalizada e há um afrouxamento dos comportamentos e das medidas que são necessárias face a uma pandemia», sustentou.
Para o responsável, esta situação deve-se ao «longo período de indução [da doença], à sensação de que o pico da primeira onda já passou e, ao contrário do que se temia, a pandemia não ter provocado grande disfunção social».
«As escolas não fecharam, as empresas não tiveram grandes dificuldades e os transportes continuaram a funcionar», ao contrário do que aconteceu em alguns países, nomeadamente o México.
Sakellarides apela no entanto aos portugueses para não «baixarem a guarda» e, sobretudo, para aderirem à vacinação: «O que nos vai proteger de uma segunda onda [de pandemia] é termos uma boa percentagem de pessoas vacinadas».
Para o responsável, é preciso «reacender a ideia de que a vacinação, seguida da comunicação, continua a ser a principal arma, não só para abreviar esta onda pandémica, mas para evitar a segunda ou, pelo menos, minimizá-la».
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